In the Middle with Hozier: Entrevista traduzida
- Portal Hozier Brasil
- 10 de jan.
- 4 min de leitura
Matéria publicada em 22 de Setembro de 2014
Por Ilana Kaplan, Interview Magazine

Se há algo que trouxe Andrew "Hozier" Byrne para a cena musical, é a paixão. Com sua voz áspera, cheia de alma e influenciada pelo blues, o cantor e compositor irlandês — que surgiu no ano passado com o sucesso "Take Me To Church" — continuou a transmitir sua paixão por contar histórias, questões sociais e honestidade em sua música. No início de 2014, Hozier mostrou novamente seu talento com seu segundo EP From Eden — uma prévia de seu álbum de estreia homônimo.
Ao longo de suas músicas, Hozier abordou temas como ódio, abuso doméstico e violência — tópicos que geralmente não são abordados, pois o foco costuma ser o amor e os relacionamentos. Embora algumas faixas tratem desses assuntos, Hozier usou seu álbum de estreia homônimo (que será lançado amanhã) para realmente explorar as melhores e piores partes de si mesmo. Acompanhando o lançamento de seu primeiro álbum, Hozier fará uma turnê pelos Estados Unidos e pela Europa até o final do ano.
Conversamos com Andrew Byrne sobre o que o deixa nervoso, sua habilidade para contar histórias e o lançamento de seu primeiro álbum.
Por que você decidiu usar o apelido "Hozier"?
Hozier é parte do meu nome. Andrew Hozier-Byrne é meu nome completo. Existe uma longa história de onde vem esse nome pelo lado da minha vó. Eu respondia por Andrew "Hozier-Byrne". Depois do primeiro EP, eu quis reduzir para Hozier. Era meio difícil de pronunciar. E Hozier é mais fácil de lembrar.
Qual é o tema por trás do seu álbum que está por vir?
Acho que não tem um único tema. São vários assuntos recorrentes. Ele fala muito sobre libertação pessoal - encontrar você mesmo, se aceitar, fazer sentido de si mesmo. Resumindo, é apenas tentando ser honesto sobre as coisas mais incríveis e as mais horríveis do seu dia a dia.
Qual é o significado por trás da música “Cherry Wine?” Eu vi várias interpretações diferentes.
É uma romântica, mas é sobre as piores partes do amor. É uma música sobre violência: violência doméstica e conflitos domésticos. É sobre um relacionamento abusivo e alguém que está tentando justificar ele para si mesmo.
Como você decidiu que queria ser músico?
Acho que sempre esteve comigo quando eu era criança. Quanto mais eu cantava e tocava, mais eu percebia que era algo que me fazia mais feliz do que as outras coisas. Quando estava com 15 ou 16 anos, eu já escrevia. Quando fui para a faculdade, tive a oportunidade de trabalhar com uma gravadora daqui. Tive conflitos com datas de provas, mas eu já sabia: sabia que não tinha mais nada que eu quisesse fazer além disso. Todos que eu admirava quando adolescente eram músicos.
O que você quer que os fãs tirem do seu primeiro álbum que está por vir?
Acho que nada. Quero que as pessoas se conectem com ele. Se elas puderem se conectar com ele, então está ótimo. Para ser sincero, a maior razão pela qual escrevo música e me tornei músico foi para criar a mesma quantidade de alegria que eu sinto pela música em outras pessoas. Isso para mim é um trabalho bem feito.
Falando da sua música, qual é a sua inspiração para escrever? Você cria a partir de experiências próprias?
As músicas vêm de um lugar pessoal. À medida que cresço, tento visualizar as músicas. Penso nas pessoas como personagens e me afasto um pouco para ver o mundo em que elas vivem. Mas elas realmente partem de um lugar pessoal. Tento partir daí.
Qual foi a melhor experiência que você teve na indústria musical até agora?
Acho que a oportunidade de tocar em festivais, conhecer pessoas que me inspiram e me mostram que estou fazendo o que amo. Nunca me sinto tão nervoso ou com o coração acelerado como quando conheço pessoas que me inspiram e que admiro.
Quem são suas maiores inspirações musicais?
As maiores inspirações musicais seriam pessoas como Nina Simone e Tom Waits. E grande parte de compositores como Leslie Feist e Paul Simon. Minha educação musical foi baseada no blues e Chicago blues —John Lee Hooker e Otis Redding. Com certeza a Nina Simone está próxima do meu coração.
Sinto que nos últimos meses você estourou. Como foi essa transição para você?
Agitada. Tem sido muito gratificante. É difícil de assimilar esses momentos enquanto vive eles porque tudo que você quer está acontecendo. Você está muito ocupado então não tem tempo para apreciar. Não sou do tipo de me achar nem nada, então acho que ainda tenho muito a fazer além desse álbum. Mas estou extremamente feliz. É legal respirar e refletir sobre esses momentos. Só me lembro de Nova Iorque e a multidão—eles foram tão acolhedores. Foi incrível. É um choque porque você não pensa na correria em que está — você só pensa na emoção que sente quando está fazendo música. Você não para para pensar no turbilhão disso.
Como você desenvolveu essa voz para contar histórias? Existem algumas letras ou obras escritas que te ajudaram no seu processo de compor?
Com certeza. Já mencionei Retrato do Artista quando Jovem (A Portrait of the Artist as a Young Man) e Dublinenses (Dubliners) de James Joyce. Me conectei muito com diversos temas de Retrato do Artista quando Jovem quando li. Existem algumas referências a isso. Acho que a Irlanda tem uma tradição fantástica de contar histórias—ela tem uma tradição verbal pela qual a história era transmitida através de canções e contos. Eu tenho um caso de amor com contos de fadas e algumas ideias da mitologia irlandesa, como o Oscar Wilde e W.B. Yeats que capturavam muito disso de uma forma linda. Eu nunca fui motivado academicamente em Inglês, mas, novamente, Tom Waits é um exemplo perfeito de influência. Ele escreve de forma tão imaculada e pinta perfeitamente um mundo e os personagens inseridos nele. São escritores assim que me influenciam, vívidos e talentosos contadores de histórias.
Qual foi o assunto mais difícil de escrever e cantar?
Essa é difícil. Como nas outras coisas, são as partes mais pessoais que tocam no fundo quando você está lidando com as piores partes de si mesmo; quem você é quando está sozinho. No álbum penso muito sobre minhas primeiras experiências estando com alguém—talvez sobre amar uma pessoa bastante danificada foi difícil de escrever, eu acho.
Entrevista original: https://www.interviewmagazine.com/music/hozier
Tradução: Portal Hozier BR
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